O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: COMO EVITÁ-LO

A incidência de câncer de colo uterino reflete diretamente a qualidade da assistência à saúde em uma nação. Países adiantados, como Israel e Finlândia, têm baixíssima incidência desta doença, tão frequente quanto fatal nos países em desenvolvimento.

Trata-se do tumor ginecológico mais comum, levando à morte prematura muitas mulheres ainda jovens, repletas de sonhos e de planos, e tão necessárias para as suas famílias e para a sociedade. É obrigação das autoridades dirigentes planejar ações visando a erradicação da doença. Isto é possível, uma vez que o colo uterino é órgão de fácil acesso ao exame ginecológico.

É fundamental dizer que TODOS OS CÂNCERES CERVICAIS SÃO CURÁVEIS EM SUAS FASES INICIAIS.

A idade média em que surge a doença situa-se em torno dos 34 anos. Esta doença deve ser descoberta, tratada e curada. Caso contrário, após 10 anos, a lesão inicial torna-se invasora, com possibilidade de cura cada vez menor com o passar do tempo.

A multiplicidade de parceiros sexuais é comprovadamente uma das causas da doença. Hoje chega-se a considerar o câncer do colo uterino como sendo uma doença sexualmente transmissível. Assim, parceiros promíscuos também aumentam o risco relativo de uma mulher desenvolver o câncer..

A iniciação cada vez mais precoce da vida sexual, entre as adolescentes, levando a uma exposição do trato genital inferior ao virus HPV, tem causado mudanças na idade de ocorrência da moléstia. .Hoje, é frequente o encontro de alterações celulares pré-cancerosas
iniciais nestas jovens. Assim, não há uma idade limite para o início das consultas ginecológicas de rotina, visando a prevenção. As adolescentes devem submeter-se a exames periódicos a partir de sua iniciação sexual .Devem, também, ter o devido amadurecimento para exigir do parceiro o uso do preservativo ,que pode significar a garantia do seu bem mais precioso, que é a vida.

É importante ressaltar que não só o HPV é responsável pela gênese do câncer cervical. Também o hábito de fumar e a exposição frequente ao fluido seminal têm importante papel. Isto reforça mais ainda a necessidade do uso do preservativo. A ocorrência de mais de um parto antes dos 20 anos, múltiplos partos durante a vida e início precoce da vida sexual são fatores que predispõem a mulher ao câncer de colo uterino.

Não há consenso quanto à idade mínima para realizar os chamados exames de prevenção. Pessoalmente, aconselho realizar o primeiro exame logo após tornar-se sexualmente ativa, e repeti-lo no mínimo uma vez a cada ano. Quando houver enquadramento em fatores de risco, submeter-se ao mesmo a cada 4 ou 6 meses, sob orientação personalizada. Não tendo vida sexual , realizar um exame anual após os 30 anos de idade.

Cabe frisar que o exame rotineiro anual, ao contrário do preconizado pelas normas fixadas pelo Ministério da Saúde , diminui o risco de um resultado falso negativo só ser identificado 3 anos depois, com sérios prejuízos para a paciente.