MENOPAUSA ANTECIPADA

Menopausa antecipada ou menopausa precoce é a ocorrência deste fenômeno antes dos quarenta anos. A menopausa fisiológica acontece entre 48 e 52 anos para a maioria das mulheres brasileiras, e na maior parte dos casos não requer tratamento. Já a menopausa precoce necessita obrigatoriamente de terapia hormonal. Foi verificado que estas mulheres apresentam um risco quatro vezes maior para desenvolvimento de doenças cardiovasculares e oito vezes maior para apresentarem osteoporose. Isto para não falarmos nos sintomas severos tipo ondas de calor e sudorese (fogachos), ressecamento vaginal, insônia, irritabilidade, depressão, etc.

As estatísticas mostram que 1 a 3% das mulheres apresentam menopausa precoce. Quando há um histórico familiar as chances disto acontecer são maiores, pois as mulheres tendem a fazer a transição menopáusica na mesma idade que suas mães e avós.

Toda vez que uma mulher jovem para de menstruar devemos pensar primeiramente em gravidez. Não podemos nos esquecer, todavia, de que 10% das ausências de menstruação são devidas à menopausa precoce. Este diagnóstico precisa ser pesquisado, preferencialmente pela dosagem das gonadotrofinas hipofisárias (FSH e LH). A importância em se estabelecer este diagnóstico precocemente está em que o organismo da mulher jovem se ressente tanto da falta hormonal antecipada que esta situação pode ser considerada uma doença grave, se não tratada. Com certeza haverá repercussões importantes na saúde e na qualidade de vida atual e futura desta mulher.

Foi verificado que 1% dos casos de infertilidade ocorrem por falência ovariana prematura. Como esta falência pode ser devida a fatores familiares é importante que mulheres com esta pré-disposição não adiem o sonho da maternidade, uma vez que depois nada mais poderá ser feito. O estado da arte permite que a reprodução assistida em laboratório, utilizando óvulo de doadora, dê um alento de esperança a estas mulheres, mas trata-se de procedimento oneroso e nem sempre acompanhado de sucesso. Temos também o caso das doenças auto-imunes, as quais aumentam o risco de esgotamento dos folículos dos ovários de forma antecipada. Não podemos nos esquecer, ainda que determinados tratamentos tipo radio e quimioterapia também podem levar a uma destruição da função ovariana, com as mesmas conseqüências.

A importância deste tema é que ele leva a mulher a uma encruzilhada em idade ainda bastante jovem. Da suspeita diagnóstica e do tratamento precoce dependerão o futuro, a saúde, a qualidade e até a expectativa de vida desta mulher. Tanto médicos como pacientes deverão estar permanentemente orientados e atentos a esta situação. Poucas doenças em medicina respondem tão bem ao tratamento como a menopausa precoce. È como se fosse a escolha entre viver e morrer, daí a necessidade de difundirmos estas informações.