A SEXUALIDADE HUMANA

Há cinquenta mil anos o “homem inteligente” surgiu na face da terra.

Ao agrupar-se, foi necessária a criação de regras de convivência e de normas de conduta. Estas normas permitiram que os grupos se tornassem fortes e sobrevivessem às adversidades.

O homem dominou o planeta e tornou-se o senhor da natureza. Normatizou tudo, o necessário e o desnecessário. Criou mitos e tabus, desviou-se do natural rumo ao artificial, complicou coisas banais e esqueceu-se do óbvio.

Será que acertou ao criar padrões para as manifestações afetivas, substituindo o simples e o espontâneo por regras a respeito dos sentimentos? Será que acertou ao esquecer-se que cada ser humano é único, é diferente, e como tal, deve ser respeitado?

A sexualidade é uma das formas de manifestação afetiva que mais sofreu com a criação de normas sociais rígidas. Nossos antepassados, criando limites para a nossa livre expressão, sufocaram a espontaneidade, inibiram a simplicidade, complicaram os relacionamentos e tornaram o homem um ser solitário no meio da multidão.

É preciso que nos libertemos de tabus, de regras, de prisões, e que possamos dar vazão a um dos aspectos mais importantes da vida, que é o exercício pleno da sexualidade. O sexo sem medo, o sexo-prazer, o sexo seguro e com respeito ao outro , constitui um dos pilares mais importantes da existência humana.

O exercício pleno da sexualidade, em todas as etapas da vida, é fundamental para a felicidade, para o equilíbrio emocional, e até para a saúde física e mental. O ser humano, ao viver o mistério da paixão e do amor, melhora a sua auto-estima, melhora o seu humor, a sua disposição para o trabalho e o seu bem estar. Fabrica substâncias no sistema nervoso central, chamadas endorfinas, que agem como verdadeiras drogas do bem. Aqueles que esperimentam estas sensações tornam-se viciados, querem mais, rejuvenescem e são mais felizes.

É preciso descomplicar o sexo, e para isto é necessário que os profissionais de saúde tornem-se cada vez mais capazes para atender, compreender, captar e ajudar na solução dos problemas sexuais.

Hoje sabemos que quase cem por cento das disfunções nesta área podem ser resolvidas de uma maneira satisfatória .Basta que sejam manejadas por profissionais preparados adequadamente, sejam eles médicos, psicólogos ou educadores sexuais, ou melhor, por um trabalho conjunto de todos.