Dor mamária

A dor mamária, conhecida como mastalgia, é um sintoma bastante freqüente no consultório de mastologia. Estima-se que mais de 60% das mulheres apresentam dor mamária em alguma época de sua vida. Nos últimos anos, a procura por atendimento médico especializado vem aumentando significativamente, devido ao temor da associação entre dor mamária e câncer de mama.

Sabemos que o câncer de mama, habitualmente, não provoca dor, a não ser em casos mais avançados, nos quais há envolvimento e ulceração da pele ou do mamilo. Este esclarecimento é de suma importância na abordagem dos casos de mastalgia. A dor mamária é um sintoma e não uma doença.

Podemos classificar a dor mamária em 3 tipos:

a) Dor cíclica: é o tipo mais comum e está relacionada com o ciclo menstrual. Geralmente é bilateral e surge 2 a 3 dias antes da menstruação, constituindo um dos principais sintomas da popularmente chamada “ tensão pré menstrual (T.P.M.)”.

b) Dor acíclica: não apresenta relação com a menstruação. Freqüentemente, é unilateral e bem localizada. Na maioria das vezes, não existe uma causa específica, mas pode ser determinada também por cistos mamários, dilatação dos ductos mamários (canais por onde passa o leite materno no período da amamentação) ou processos infecciosos locais.

c) Dor de origem não mamária: é causada por estruturas extra-mamárias, que provocam irradiação da dor para as mamas. As principais causas envolvem problemas musculares e das articulações das costelas e dos ombros.

O fator mais importante no tratamento da dor mamária é esclarecer que a paciente não é portadora de doença maligna. Tal medida pode ser responsável por até 90% de cura da dor.

Um exame clínico bem feito, associado à avaliação da mamografia e/ou ultra-sonografia das mamas, se necessários, são suficientes para se estabelecer o tipo da dor e qual a melhor maneira de tratá-la. Em alguns casos, na presença de dor intensa, que interfira nas atividades sociais ou profissionais da paciente, há necessidade de medicações analgésicas ou drogas específicas para minimizar a mastalgia. Entretanto, na maioria dos casos, uma boa conversa, orientações e esclarecimentos são os grandes responsáveis pela resolução do quadro.