CÂNCER DE MAMA: COMO E POR QUE RASTREAR

O rastreamento do câncer de mama feminino vem sendo instituído em programas de saúde no mundo inteiro. Nos países desenvolvidos, já se encontra como medida de saúde amplamente estabelecida. Já nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil, ainda não conseguiu ser difundido de modo a ser oferecido, adequadamente, a toda população, especialmente, a de baixa renda.

O câncer de mama é, de todos os tipos de câncer, o segundo mais comum em mulheres no Brasil e o que mais mata, no sexo feminino, em todo o mundo. Estima-se que foram diagnosticados, em nosso país, cerca de 49.000 novos casos da doença, durante o ano de 2006.

Infelizmente, não existem medidas efetivas para a prevenção primária do câncer de mama. Daí a importância do rastreamento, através do qual, o diagnóstico pode ser feito precocemente. Em fases iniciais, a doença tende a ser mais localizada, possibilitando chances de cura, pelo fato de ainda não ter se tornado sistêmica (ou seja, ainda não ter originado metástases).

Os programas atuais de rastreamento dos principais centros americanos e europeus recomendam a realização de uma mamografia por ano para toda mulher a partir dos 40 anos de idade. Esta vem sendo a melhor forma de rastrear e diagnosticar precocemente o câncer mamário, proporcionando uma diminuição de, aproximadamente, 30% na taxa de mortalidade pela doença, quando comparada a mulheres que não seguem esta rotina.

Mulheres com alto risco para desenvolvimento do câncer de mama devem, muitas vezes, iniciar o rastreamento antes desta faixa etária.

O melhor exame de imagem, portanto, para rastrear o câncer mamário é a mamografia. O ultrassom de mama tem ampla utilidade em Mastologia, porém apresenta grandes limitações como método de rastreamento. Cerca de 80% dos tumores malignos iniciais, apresentam-se na forma de microcalcificações mamárias, que são lesões não vistas ao exame de ultrassom. Só são visíveis através da mamografia.

A realização do rastreamento mamográfico, apesar de não prevenir a doença, mostrou, de modo significativo, redução na mortalidade pelo câncer de mama (pois permite diagnósticos precoces), maiores taxas de cirurgias conservadoras (com preservação da mama) e possibilidade de cura para as pacientes acometidas.